Muito bem colocado @Ricardo85!
O que eu acho mais difícil na hora de avaliar o comportamento de alguém são de fato as diferenças culturais balanceadas por idade, nível sócio-econômico, educação familiar, grupo social, localização geográfica dentre tantas outras variáveis. Muitas vezes o que nós podemos ver como um mau comportamento é considerado plenamente normal no grupo onde a pessoa vive. Quero dizer que qualificar o comportamento de outro baseado nos nossos próprios valores nem sempre é justo. E olha que eu tenho visto isso acontecer dentro da minha própria família!
É claro que existem limites e parâmetros a serem observados, mas dependendo do nosso próprio nível de exigência isso pode realmente ficar complicado. Por exemplo, se uma pessoa chega na minha casa e comete toda a sorte de absurdos, quebra e estraga coisas, fuma dentro do meu loft sendo que não é permitido, ou comte ações até mais graves é uma coisa. Mas existem pequenos "delitos" que nem são tão importantes, que podem ser relevados e mesmo assim às vezes a gente age com intolerância.
Você mencionou que "se a gente reclamasse mais, provavelmente não teríamos a qualidade de vida que temos neste país". Pois então eu vou lhe devolver essa: "se a gente fosse menos intolerante, provavelmente não teríamos tantos problemas como temos nesse mundo!".
Desculpe a brincadeira das menções acima, foi só para relaxar!
🙂
Percebo que você tem suas convicções bem como como eu tenho as minhas, e cada um tem seu próprio tempo de aprender como lidar com as outras pessoas e as situações. Eu, aos 51 anos ainda cometo muitos erros e luto com dificuldade todos os dias para domar meus (não tão desejáveis) impulsos.
O mais importante ao meu ver é contribuir positivamente com a comunidade. Mais uma vez, eu insisto e penso que essa contribuição não está em queimar/banir aquelas pessoas que agem de forma diversa às minhas espectativas. Acredito, outrossim, que a responsabilidade é muito mais minha como anfitrião, afinal de contas eu recebo muito mais as pessoas na minha casa do que elas visitam a casa de outros. Sendo assim eu acho que os anfitriões têm que estar mais aptos do que o hóspedes!
Além disso, tem a questão do crescimento pessoal e individual também. O anfitrião há que se perguntar por que é que ele recebe pessoas na sua casa. Eu outro dia falei para um conhecido que eu faço pelo dinheiro mas não apenas pelo dinheiro, pois honestamente não dinheiro que me pague um trabalho sofrível. Assim, receber hóspedes é algo que tem que me trazer mais do que o simples ganho financeiro. A troca de experiências, o aprendizado no convívio, tudo faz parte, e portanto, se eu não for capaz de crescer com isso no sentido de não poder aprender a lidar com os diferentes exemplares humanos então eu estou no ramo errado!
Volto a repetir e insistir que o anfitrião é a peça chave nessa relação e é a ele quem cabe o maior esforço no sentido de manter as coisas nos eixos. Comparo isso à relação pais-filhos e professores-alunos. Nós estamos na posição de determinar as regras e fazer com que elas sejam cumpridas, afinal de que adianta haver regras se permitimos que elas sejam desrespeitadas? O objetivo das regras é manter a ordem e não utilizá-las como justificativa para punir aqueles que não as obedeçam!
🙂
